Leitura Musical – Ritmos

No artigo anterior, nós vimos que os dois elementos essenciais da escrita musical são as alturas e as durações das notas. Muitos outros elementos importantes virão – dinâmica, articulação, forma da música, etc – mas para começar, focaremos nas alturas e durações. Neste artigo focaremos nas durações e, com isso, nos ritmos.

Aqui nós veremos:

Figuras Musicais

A duração da nota é determinada por sua figura rítmica. A combinação entre as diferentes figuras rítmicas é o que nos permite escrever tantos ritmos e o que gera a riqueza de possibilidades da escrita musical. O sistema de escrita que usamos no Ocidente não consegue descrever todas as possibilidades de sons e nuances culturais (convenhamos, como poderia?) mas já é bastante satisfatório.

Vamos às figuras:

Figuras Rítmicas

Como podemos observar na imagem, cada figura tem a metade da duração da figura do compasso anterior (da esquerda para a direita). Ou seja, uma mínima dura metade do tempo de uma semibreve. Uma semínima dura metade do tempo de uma mínima e assim por diante.

Como será que isso soa? Veja no vídeo abaixo!

Atenção: O piano está tocando as notas escritas e o bloco de madeira está trabalhando como um metrônomo, tocando o andamento (pulsação). O andamento é essencial para que a gente não se perca e mantenha a proporção entre as figuras rítmicas.

Proporção das figuras rítmicas

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Pausas

Toda figura que representa a duração de um som tem a sua respectiva pausa – que representa a duração de um silêncio. Afinal de contas, o que seria da música sem o silêncio?!

A combinação entre as pausas e as figuras de som nos dá muitas possibilidades de escrita rítmica. Veja na imagem as correspondências entre figuras e pausas:

Figuras Musicais e suas respectivas Pausas

Vejam como funciona na prática. O exemplo em vídeo a seguir tem mínimas e semínimas e suas respectivas pausas:

Mínimas, Semínimas e Pausas

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Compassos

Na notação musical, um compasso é um segmento de tempo que possui uma determinada quantidade de pulsos. A depender do compasso, diferentes figuras rítmicas podem ser usadas como referência para cada pulso.

Os compassos podem ser binários (com dois tempos), ternários (três tempos), quaternários (quatro tempos) ou mistos (uma combinação entre eles — por exemplo: 3+2; 4+3; 5+4).

O que define o número de pulsos de cada compasso é o gênero da música — por exemplo, o samba é um gênero musical com pulso binário; a valsa é um gênero com pulso ternário e o rock é um gênero com pulso quaternário.

A divisão da escrita musical em compassos fornece pontos de referência para facilitar a localização do músico ao longo de uma composição — se dizemos que determinado trecho da música está, por exemplo, no compasso 34, todos podem facilmente se localizar. Os limites dos compassos são indicados por barras (linhas) verticais.

Compassos Simples e Compostos

Os compassos podem ser simples ou compostos. Nos compassos simples, os pulsos são naturalmente subdivididos em dois tempos. Nos compassos compostos, os pulsos são naturalmente subdivididos em três tempos. Veja um exemplo a seguir:

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Compassos Simples

Os compassos simples mais comuns são:

  • Binários: 2/2, 2/4, 2/8
  • Ternários: 3/2, 3/4, 3/8
  • Quaternários: 4/2, 4/4, 4/8

Compassos Compostos

Os compassos compostos são:

  • Binário: 6/8
  • Ternário: 9/8
  • Quaternário: 12/8

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